domingo, 1 de junho de 2008

Rotina de um paulistano

Rotina de um paulistano

Sabe como reconhecer a rotina de um paulistano?

Quando o sujeito chega ao trabalho
Lá na Conselheiro Crispiniano
Atrasado e cansado feito burro velho
Por ter subido a Praça Ramos como corredor da São Silvestre.

Você está guiando seu carro
Junto com o sujeito
Subindo a Brigadeiro
Naquele trânsito “perfeito”.

O infeliz te enche o saco
Porque o cara da Jovem Pan tinha avisado
Que pela 23 de maio
Teriam chegado mais rápido.

Você pede para o cidadão
Levar um relatório importante
Na Celso Garcia, Vila Carrão.
E te pergunta, com cara de retirante
É perto do Metrô?

Ele vai andando pro Anhangabaú
Com um copo de café na mão
Pára no Itaú
Para sacar cinquenta “tostão”.

Sob a fina garoa ele vai caminhando
O céu cinzento está a contemplar
As belas palavras de “Amanhecendo”
A cantarolar.

Chega na Xavier de Toledo
No subterrâneo está a entrar
Do trombadinha, tem medo
Pensa que a Febem é seu lugar.

Ele pensando nas barbáries desse mundo
E o metrô já passava
Da estação Pedro Segundo.

Depois de vinte minutos
Nosso chapa paulistano
A passos honrados
Chega a seu destino.

Trabalha o mês inteiro
Em sua conta corrente
Aparece o dinheiro.

Vamos à praia! É trinta de abril.
Pra Santos, ver navio.
Chegar em casa, ajuntar os trapos
Chamar os filhos, a esposa, o cunhado tapado
O vizinho e seus papagaios.

Pelo ônibus da Cometa
A serra a família descerá,
As curvas da Anchieta vencerá.

Depois de horas na estrada
Comprou meia dúzia de Brahma
Uma costela assada
Levou para a Ponta da Praia.

Ali passaram a tarde inteira
Como carvão na lareira
Queimados pela ação do sol.
No anoitecer voltaram a São Paulo
Para a casinha nos confins de Santo Amaro, Guarapiranga.

Domingo, jogo do Palmeiras
Lá vai o cidadão para o Palestra Itália
Andando pelas íngremes vias da Pompéia.

Ótimo! O time da Rua Turiassú saiu vitorioso.
Nada melhor que uma bela rodada de “macarrone”
Na velha trattoria da Treze de Maio
Na companhia corintiana do “patrone”.

O velho despertador está a anunciar:
Cinco horas da manhã! É hora de levantar.

Faz a barba,
Penteia o cabelo,
Arruma a gravata,
Calça o sapato.
Traja-se com o paletó.

Vai para o ponto
Reza a Santo Expedito,
Pede a ele para que o ajude a parar de pensar besteira.
O ônibus que deve tomar
Tem como destino a Praça da Bandeira.

Depois de um tempo
Às paisagens da Nove de Julho
E às notícias do Jornal da Manhã
Permanecia atento.

Quando no terminal o paulistano chegou,
De relatar sua história, o aglomerado de letras terminou.
Creio eu que sua intenção alcançou.

Agora o bom chapa paulistano
Chega no trabalho
E tudo começa outra vez.

Vinícius Silva Caruso - 1ª série A - E.M.

3 comentários:

Colégio Elias Zarzur disse...

Adorei ...
Seu texto foi aprovado

1º ano A E.M - Zarzur disse...

Bela poesia, Caruso.

Não sei como consegues, pois não tenho paciência para rimas...

1º ano A E.M - Zarzur disse...

Parabéns Du!
Mandou muito bem.
Adorei!

Livia