terça-feira, 10 de junho de 2008

Neuras urbanas

A vida nas grandes cidades vem, a cada dia, se tornando uma verdadeira aventura. Já não bastasse viver como prisioneiros em nossas próprias casas onde somos obrigados a colocar muros altos, grades, alarmes e, até mesmo, contratar seguranças também não nos sentimos seguros ao sair delas. Andando pelas ruas estamos arriscados a assaltos, arrastões, balas perdidas e, quando encontramos a polícia, que “teoricamente” está ali para nos proteger vem para nos extorquir e agredir.
Se, ficarmos doentes, primeiro temos que ir à igreja pedir para que Deus encaminhe nossa alma, pois a tortura é enorme. Somos obrigados a enfrentar filas intermináveis e, muitas vezes, médicos despreparados e desmotivados, isso quando são médicos de verdade. É muito difícil aceitar que a saúde está um caos, pessoas morrendo em filas, médicos fazendo greve e escolhendo quem vive e quem morre enquanto assistimos aos noticiários e só ouvimos falar em corrupção, desvios de dinheiro, deputados e senadores fazendo alianças em prol de si mesmos e a população que se dane. Se, tivermos dinheiro podemos comprar um plano de saúde para sermos atendidos em hospitais de melhor qualidade, mas que também não garantem nossa segurança plena, mas onde, pelo menos podemos usar uma UTI, desde que o plano cubra.
E o trânsito! Nem se fala! Estamos morando cada dia mais em nossos carros que em nossas casas. Para se percorrer uma distância de 30 km, em São Paulo, por exemplo, pode-se demorar até quatro horas. Pagamos impostos, contribuições, pedágios e tantas outras taxas para que? Temos uma indústria automobilística que fabrica cerca de vinte mil veículos por mês dentre os quais, pelo menos 40% ficam no mercado interno, isso dá medo, pois não vemos a contrapartida disso: nossas estradas não suportam mais tantos veículos e nossa paciência tanto descaso.
Buscamos refúgio na “segurança” de nossas casas que julgamos ser segura, mas nos surpreendemos também. Violência doméstica com mulheres e crianças ocasionada por membros da própria família, pedofilia por parte de tios e amigos que julgamos estarem ali para nossa proteção e confiança.
Pedimos socorro, mas para quem? Para o governo corrupto? Para a polícia agressiva? Em consultórios de terapeutas? Estamos ficando sem saída, pois se pegarmos o carro em uma busca desesperada por uma luz o fim do túnel, corremos o risco de ficarmos presos na primeira esquina.

Raphael Brum Nº 19
2ºano

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